22.8.07

A N D O O U V I N D O V O Z E S

Ando ouvindo o que as pessoas a minha volta têm a dizer sobre mim. Não é exatamente uma questão de me importar com o que qualquer um pensa sobre mim, mas confesso que passei a refletir. Uma colega de trabalho, queridona, me larga um dia que "parece sempre que tu tá bêbada, sempre rindo solto". Na hora eu gostei muito. Bem eu, sempre feliz, sempre de bom humor, sempre vendo as coisas pelo lado positivo. Sim, eu sou Poliana. Por outro lado, a namorada de um amigo me diz na cara "desculpa eu te dizer, mas como tu é diferente sóbria". Vai entender. Uma acha que eu sou uma sóbria com cara de bêbada, a outra acha que sou uma sóbria nas horas vagas. Certo que a colega convive muito mais comigo do que a namorada, essa que dias depois veio a se mostrar um tanto "incomodada" com a minha relação fraternal com seu amado (que aliás, bebe pouco...). Infelizmente sua afeição por mim não lhe tira a razão do comentário. Tenho andado demais na noite, convivido com pessoas que vivem só essa ilusão. Tenho almoçado pouco com minhas amigas, ido pouco ao cinema com meus parceiros de sétima arte, há meses não me jogo na grama de um parque. Tenho gasto demais com festa e trago e investido pouco em outras áreas da minha vida. Longe de ser uma alcoólatra, não bebo diariamente, nunca sozinha e jamais durante o dia. Mas esses "toques" me fizeram pensar. Talvez influencie o fato de várias dessas pessoas que fizeram esse tipo de comentário (sim, há outras) conviverem única e exclusivamente comigo em momentos de festa. Ainda assim, tenho bebido demais.
Essas opiniões de pessoas que mesmo me conhecendo tão pouco e em uma situação tão específica tinham deixado aquela pulga atrás da orelha nada se comparam ao que um grande amigo me disse ontem (coincidentemente sentados numa mesa de bar): "Andei lendo o teu blog essa semana e me dei conta que as coisas que tu escreveu há dois anos atrás eram exatamente as mesmas choradeiras de agora. ‘Chega de fazer da noite uma vida, tô farta de homens perdidos, preciso ganhar mais dinheiro, tenho que conhecer pessoas novas.’ Tu não acha que tá na hora de fazer alguma coisa?" Nos dedos, Emo. Tá na hora de voltar a fazer alguma coisa, pois tu esqueceu de um detalhe nessa história toda. A minha maior reclamação daquela época era também a minha maior dificuldade a superar. E eu consegui. Mesmo assim, teu baldaço d’água vai servir pra alguma coisa. Produtiva, obrigada.
Mais críticas produtivas como essa são muito bem-vindas.
(por que é que esse post me fez sentir como se eu tivesse regredido no meu desempenho intelectual?)