1.11.07

L O S T I N C U R L S

O texto é mais antiguinho, mas tá valendo ainda a profusão de idéias...
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Perdi o sono exatamente às 4:08. Às 4:39 desisti da cama e levantei com o firme propósito de escrever uma história daquelas bem cabeludas. Já são agora 5:07 e, ao invés disso, emaranhei meus pensamentos em bastos cachos escuros, mais longos que os meus. E fico aqui a me perguntar como é que alguns centímetros de fios a mais que o padrão me fazem perder a cabeça dessa maneira. O mais pitoresco de tudo é que fico arranjando desculpas pra me apaixonar e o sexo nem foi assim tão bom. Tá certo, não culpo a sua pouca experiência – ao menos foi o que me pareceu – nem a minha falta total de tesão em função dos 20mg diários de fluoxetina. Álcool demais e privacidade de menos. A verdadeira fórmula do fracasso. Pelo menos pra mim. Porém não posso negar que tenho calafrios só de lembrar do erre do meu nome pronunciado enrolado, à Texana, tantas vezes ao longo da noite. E outros pequenos detalhes, que de sexuais nada tem a ver, mas que a cada trepada me convencem de que sexo não é mesmo resposta pra nada, a não ser saciedade, assim como beber água, comer, respirar, aquecer-se.

Então que estamos lá deitados, completamente nus, ele a acariciar meu rosto e meu corpo como nenhum one-night-stand jamais se dispusera e, repentina e inesperadamente ouço a banalidade da pergunta No que é que você está pensando, como se fôssemos assim íntimos de tanto tempo. E eu, completamente surpreendida respondi com um frívolo Nada e emendei com o pouco poético Em como deve estar frio lá fora, e só a pensar em como me irritava quando o outro, aquele com status de namorado, me respondia assim com tantos Nadas.

E agora já são 5:47, quase hora de tocar o despertador oficial e eu me dou conta de que perdi praticamente duas horas e nada de frutuoso foi escrito, pois estas reminiscências não servem pra nada a não ser rememorar com um certo prazer nostálgico um momento que mal tem mínimas chances de se repetir. Apesar de não passar de presunção auto-protencionista da minha parte achar que todos os homens são sempre iguais.
Vou diminuindo os parágrafos de tamanho para que o corte não seja assim tão súbito. Já não há nada mais da dizer, pois todo meu desejo de escrever se resumiu ao conteúdo do segundo parágrafo, que não passa de uma ode aos meus próprios atributos e façanhas, bem ao estilo egoísta pós-moderno dos nossos tempos.

Escolho agora algumas palavra para servirem de desfecho, mas nada me vem à cabeça, a não ser mechas dos meus próprios caracóis que escapam da presilha mal ajeitada no emaranhado de cabelos enredados por uma noite de reviradas no travesseiro. E um pouco do sono que me volta ao fundo dos olhos.

Um comentário:

Unknown disse...

Ih...

Tô escrevendo num blog novo. Só merda de bêbum mesmo hehehehehe pra tu ter uma idéia, tem uma foto minha e do Vini no primeiro post uhauhauhauha

Se der, entra lá. O nome é: ESTAMOS TODOS BÊBADOS. uhauhauhauhauahuahuah