16.10.08

V I R A Ç Ã O

Não era pra ter nada a ver com aquela velha canção gaudéria, mas sim para escrever sobre um momento bem interessante da minha vida. O título caí bem pra descrever tal momento, mas acabei lembrando do som e (pulando algumas etapas da seqüência de pensamentos livres) cheguei até o Fogaça. Será que ele vai ganhar a eleição? Ou vai dar viração?

Independente do resultado do pleito municipal, vivo uma fase de viração. Pra quem não sabe, um resumo enigmático: ando passando por situação bem peculiar num dos milhares de âmbitos da minha existência. Quase surrealista, considerando que a época da Ditadura na América Latina já acabou faz décadas. Mais detalhes só por telefone (isso se ele não estiver grampeado).

Mas como toda tempestade traz bonança, diz o ditado, eis que me surgem algumas oportunidades profissionais pra chacoalhar minhas certezas. E cá estou eu, felicíssima, a escrever, escrever, escrever, em dois idomas. Sim, descolei uns trabalhinhos muito maneiros que me trouxeram de volta uma velha paixão. Gostinho de sonho na ponta dos dedos.

12.9.08

N Ã O S E M A T E

"(...) o amor é isso que você está vendo:
Hoje beija... Amanhã não beija...
Depois de amanhã é domingo,
e segunda-feira, ninguém sabe o que será ."

- Drummond -

1.9.08

F E L I C I D A D E

Ser feliz é algo tão simples e fácil. Basta viver agora e não ficar projetando o futuro ou remoendo o passado.

Sorria, você está sendo filmado.

21.8.08

N O V O S L E I T O R E S

No intuito de prestar uma homenagem aos novos leitores do meu blog escolhi, de coração, esta que, na minha singela opinião, é uma das expressões mais genuínas da nossa literatura:

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
— Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.

O texto, infelizmente, não é meu. É de Manuel Bandeira. (cujo nome coincidentemente tem as mesmas iniciais que o meu)

18.8.08

M A G U A R Y C A J U

Maguary Caju, tomou e ficou com cara de... urubu.

Que suco bem ruim! Não entendo porque algumas pessoas insistem em tomar essa droga. Perda de tempo total. Com tanto sabor na vida pra desfrutar vão logo de maguary caju. Eu, hein? Tem que desgostar muito de si mesma pra fazer um negócio desse com o organismo.
(só me explica uma coisa: como é que eu publiquei isso ontem nessa hora que tá aí embaixo se o que eu tinha era apenas uma caneta e um papel na mão? não entendeu a internet...)

25.6.08

F A C E B O O K

Estou de muda para o Facebook.
LIBERDADE DE PENSAMENTO: DIREITO DO INDIVÍDUO DE EXTERNAR SUAS OPINIÕES E CRENÇAS (dicionário Aurélio - básico). TEM NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL TAMBÉM, JÁ NAS PRIMEIRAS PÁGINAS.
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Seguindo a tradição, sai o velho About me, mas fica registrado aqui.
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“tu tem essência.”- juliana s.

“you are a regular woman.”- patrick c.

“tu estás na profissão errada, tu és uma atriz.”- martin s.

“minha garotinha dos cabelos naturalmente encaracolados.”-pai

"nega se recupera rápido."- l. gustavo l.

“tu tens que aproveitar isso agora, pois talvez nunca mais veja isso outra vez.”- valéria a.

“tu ouve olhando o tempo inteiro nos olhos.”- felipe i.

“she’s like a rainbow.”- mick j.

“como tu mente.”- guilherme b.

“tu pode ficar aí no teu mundo, desejando bem forte, de todo teu coração e com todo fervor e sinceridade, mas não quer dizer que vais conseguir.”- gabriel l.

“amiga, tu tem que sair desse mundo de ilusão.”- ana p.

“she says she’s just left the nightclub and she’s on her way.”- nathan c.

“tu não precisas ser forte sempre, às vezes tens que te deixar ajudar.”- iara h.

“all you need is love.”- john l.

"a marcia é má cia. só tirar o erre."- márcio p.

“marcia, sou eu que tô aqui do teu lado.”- khalil o.

“tu é a irmãzinha que eu não tive.”- marcelo p.

“i’ll be your baby tonight.”- bob d.

“a marcia rega samambaia com polar.”- maurício g.

“te amo.”- mãe

“miau!”- brahma, krishna, dharma, gigi, janis e outros milhares de felinos

“adoro esse teu jeito. parece que tu tá sempre bêbada.”- luciana l.

“tu é a encarnação da ‘lindeza’.”- hughes b.

“tu é má.”- paulo w.

“de onde é que tu tira essas idéias?”- richard z.

“às vezes eu tenho medo de ti.”- bruno f.

“inspiration is what you are to me.”- robert p.

"não te preocupa, a saia ficou no lugar o tempo todo."-viviana s.

“tu é cítrica.”- andréia g.

“onde é que tu tava com a cabeça nessa hora?”- jason x.

“do you regret?”- aziza m.

“que bom que tu voltou.”- viviane g.

“paguei um pau pra esse teu texto do perfil.”- clarisse p.

9.6.08

S O B R E L O C U P L E T A R - S E

Indignada com os últimos rumos da nossa política, resolvi voltar ao bom e velho comentarísmo político de almanaque. Sério. Cansei do ostracismo. A partir de amanhã (quando voltar o fôlego perdido com a CPI de hoje), gás total.

Enquanto isso leiam uma coisa que presta: http://www.novacorja.org

26.5.08

A P E D I D O

Estou atualizando isso aqui simplesmente porque todo mundo (leia-se 3 ou 4, mas de cabal importância) comentou a desatualização. Pronto. Updated. (pra não repetir a palavra atualizar)

23.4.08

D E S C U L P A S

Estou eu aqui tentando escrever sobre trabalhar no setor público ao mesmo tempo que copio um questionário de dez perguntas sobre livros que saiu na Zero Hora (e eu que jurei nunca escrever "Zero Hora" nos meus textos). Eis que me chama minha colega e amiga Lu comentando sobre uma mensagem que recebera de um pretenso interessado. O rapaz, que conseguira seu telefone através de um amigo em comum, ousadamente lhe enviara um torpedo perguntando se ela tinha algum compromisso para hoje. A Lu, nem um pouco interessada em sair com o cara, vira-se pra mim, e com aquela cara de aflição pergunta "Digo que eu tenho o quê hoje pra me livrar do cara? Inglês, terapia, ioga?" Eu, no melhor intuito de ajuda, respondo "Ah, fala que vai sair com o namorado, assim te livra logo de uma vez." Pensando melhor, emendei "Fala logo que vai sair com a namorada, assim ele desiste." Num ímpeto de resolver definitivamente a questão para minha amiga Lu, usei a técnica do absurdo orientando a colega "Diz pra ele que hoje é quarta-feira e é dia de zoofilia, então tu vai sair com teu cavalo. E ponto final." O cara nunca mais vai incomodar a Lu.

18.4.08

B O R B O L E T A S

"As borboletas têm dois pares de asas membranosas cobertas de escamas e peças bucais adaptadas a sucção. Distinguem-se das traças (mariposas) pelas antenas retilíneas que terminam numa bola, pelos hábitos de vida diurnos, pela metamorfose que decorre dentro de uma crisálida rígida e pelo abdômen fino e alongado. Quando em repouso, as borboletas dobram as suas asas para cima." (http://www.wikipedia.org)

Eu já andava com saudades de falar em borboletas. A Shana, minha colega de trabalho que é estagiária de RP, tem 23 anos, é lindíssima e namora um cabeludo, contou que uma vez "tratou" uma borboleta. Segundo ela "a pobrezinha tava dodói" e ela resolver cuidar da bichinha até sarar. A grande dúvida da pequena Shana era apenas como alimentar aquela delicadeza de inseto, problema prontamente resolvido com alguns grânulos de açúcar avidamente "lambidos" da palma de sua mão. Que doce.

Eis que num momento de lucidez me dei conta que já era hora outra vez. Elas visitaram meu http://www.fotolog.com/mboeira por dias seguidos no início. De repente viraram uma grande mariposa feiosa. E agora voltaram a ser borboletas, coloridas e farfalhantes, retumbando no meu estômago. Mas eu tive medo de as expor outra vez ao mundo, medo de virarem mais uma vez mariposa travestida de desengano. Foi então que me dei conta: "e daí?" Que o mundo saiba, que falem, que cochichem à minha volta, que adorem ou que odeiem. Quem está com borboletas no estômago, sorriso na cara, pele corada e a vida em dia sou eu. E quem vai cair do cavalo alado em caso de nuvem de mariposas sou eu. Então quero mais que as borboletas aqui no meu ventre façam amor e se multipliquem enquanto for infinito.
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A foto aí em cima foi tirada pela artista plástica, jornalista e amiga-retomada-da-adolescência Vivi Gueller. Ela conta que é assim que as borboletas fazem amor. E viu isso da própria janela.

11.4.08

M E N

Dorothy Parker é foda. Andei ouvindo coisas ontem e lendo outras hoje que me deixaram com aquele ar pesado de tempestade de verão. Então fui atrás de alguma coisa da Dottie que tivesse digitado no meu pen drive (companheiro inseparável!), pois esqueci o livro em casa. Lá estava um único documento do word. Abri e eis que o único poema que digitara era esse. E foi simplesmente perfeito o encaixe.
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Men
They hail you as their morning star
Because you are the way you are.
If you return the sentiment,
They’ll try to make you different;
And once they have you, safe and sound,
They want to change you all around.
Your moods and ways they put a curse on;
They’d make of you another person.
They cannot let you go your gait;
They influence and educate
They’d alter all they admired
They make me sick, they make me tired.
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Sorte que hoje tem Hibria no Manara e vou bater muita cabeça pra ver se tonteia os macaquinhos do sótão que andam inventando sentimentos que não deveriam haver.

4.4.08

T W O W O R D S A B O U T Y E S T E R D A Y & T O M O R R O W

I'd trade all o' my tomorrows
For one single yesterday
– Janis Joplin –

Oh, seek, my love, your newer way;
I’ll not be left in sorrow
So long as I have yesterday,
Go take your damned tomorrow!
– Dorothy Parker –

3.4.08

S O M A T I Z A N D O

Eu já escrevi isso mil vezes, mas nunca um post inteirinho só sobre isso.

Eu somatizo tudo. Meu corpo reage a cada acontecimento da minha vida conforme a intensidade deles. Ontem acordei gripada, hoje estou febril. Mas nunca escrevi tanto, produção, produção, produção. Dizem que a febre é um alerta de que algo não está bem com nosso corpo. Um aviso de que o funcionamento dele não está correto. Será que estou agindo em desacordo com meus valores? Por que dizem que a dor e a raiva produzem as melhores artes?

1.4.08

C O M P A R T I L H A N D O M Ú S I C A S

Eu sempre fui meio avessa a dividir minhas eternamente favoritas músicas com meus amores tão sempre passageiros. Concordo que não há nada mais gostoso que compartilhar momentos bacanas com alguém e ainda por cima ao som dos meus acordes prediletos. O problema é quando acaba a relação. E fica aquele resquício de mágoa. E lá vai aquela canção que tanto prazer me dava para a trilha sonora das desilusões. Aconteceu com Nina Simone, Norah Jones, Dylan, Warrant, Tyketto e Malmsteen. Alguns deles já superei, outros ainda me revira o estômago só de pensar em ouvi-los. Sei que passa, tudo se supera nessa vida, clichêzão, lá vai, o tempo é o pai dos remédios. A única coisa que não se recupera é o agora. Para a perda desse não tem alimento que acalme a fome da alma.

31.3.08

M E D O

Eu tenho medo do medo. Tenho medo de gente medrosa. Tenho mais medo de quem teme do que de quem mente, dissimula, trai. Com estas pessoas eu sei lidar. Com o medo não. Nem o meu, nem o seu. Se é que isso é medo. Tomara que seja mentira, dissimulação. Ou até traição.

24.3.08

E S C L A R E C I M E N T O

Apenas a título de esclarecimento: estas duas últimas postagens não condizem com meu estado de espírito atual.


Tive que publicar este esclarecimento pra não correr o mínimo risco de magoar um coraçãozinho tão magnífico e que só alegrias me tem trazido nos últimos tempos. E compreensão (porque sei que sou difícil, especialmente quando me amedrontam). E autocompreensão (porque não é só o tempo que agrega sabedoria). E espelhos, elogios, vergonhas (!), emoções novas, emoções velhas. Sem falar em prazer.


Quer saber meu verdadeiro estado de espírito no momento? Veja: http://www.fotolog.com/mboeira/53946808

22.3.08

N Ã O M E M A N D E F L O R E S

Não me mande flores
Pare de bater no interfone
Não preciso do seu amor
Pare de me torturar
Não ouse me ligar
Não preciso do seu amor

Eu não amo você! (Só amo você...) Eu não amo!

Seu olhar implorante
Suas caras de amor
Não preciso do seu amor
Sua roupa combinada
Jamais vai me conquistar
Não preciso do seu amor

Eu não amo você! (Só amo você...) Eu não amo!
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Lembrei dessa letra do Defalla - muito milnovecentoseoitentaecoisa - no sábado de tarde. Porque até mulher bem resolvida tem o direito de surtar com geração espontânea da sua própria cabeça.

20.3.08

F I D E L I D A D E M A S C U L I N A

Achei este suposto Arnaldo Jabor (tenho certeza de que não passa de lenda urbana, tão mal escrito está, mas enfim...) e percebi que tem tudo a ver com o que penso sobre essa questão da (in)fidelidade masculina. Por isso está aqui. Só por isso.
(Tá certo que é tosco, machista e infeliz em algumas passagens, mas isso não vai tirar a essência da idéia.)
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Foi lendo um monte de besteiras que as mulheres escrevem em livros sobre o 'universo masculino', que resolvi escrever esse e-mail. Não tenho objetivo de 'revelar' os segredos dos homens, mas amigos, me desculpem. Não se trata de quebrar nosso código de ética. Isso vai ajudar as mulheres a entenderem os homens e, enfim, pararem de tentar nos mudar com métodos ineficazes. Vou começar de sola. Se não estiver preparada nem continue a ler. E digo com segurança: o que escrevo aqui se aplica a 99,9% dos homens baianos e brasileiros (sem medo de errar).


1º Não existe homem fiel.Vc já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade. Não é desabafo. É palavra de homem que conhece muitos homens e que conhecem, por sua vez, muitos homens. Nenhum homem é fiel, mas pode estar fiel (ou porque está apaixonado - algo que não dura muito tempo, no máximo alguns meses, nem se iluda - ou porque está cercado por todos os lados - veremos adiante que não adianta cercá-lo. Isso vai se voltar contra vc). A única exceção é o crente extremamente convicto. Se vc quer um homem que seja fiel, procure um crente daqueles bitolados, mas agüente as outras conseqüências.


2º Não desanime. O homem é capaz de te trair e te amar ao mesmo tempo. A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia. Não é como a da mulher. Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento. O homem só precisa de uma bunda. A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.


3º Não fique desencantada com a vida por isso. A traição tem seu lado positivo. Até digo, é um mal necessário. O cara que fica cercado, sem trair, é infeliz no casamento, seu desempenho sexual diminui (isso mesmo, o desempenho com a esposa diminui), ele fica mal da cabeça. Entenda de uma vez por todas: homens e mulheres são diferentes. Se quiser alguém que pense como você, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um viado enrustido que precisa de uma mulher para se enquadrar no modelo social. Todo ser humano busca a felicidade, a realização. E a realização nada mais é do que a sensação de prazer (isso é química, tá tudo no cérebro). A mulher se realiza satisfazendo o desejo maternal, com a segurança de ter uma família estruturada e saudável, com um bom homem ao lado que a proteja e lhe dê carinho. O homem é mais voltado para a profissão e para a realização pessoal e a realização pessoal dele vem de diversas formas: pode vir com o sentimento de paternidade, com uma família estruturada, etc., mas nunca vai vir se não puder ter acesso a outras fêmeas e se não puder ter relativo sucesso na profissão. Se você cercar seu homem (tipo, mulher que é sócia do marido na empresa: o cara não dá um passo no dia-a-dia sem ela) você vai sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas ou seu casamento vai durar pouco, ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na comida) e vai ser pobre (por que não vai ter a cabeça tranqüila para se desenvolver profissionalmente). Vai ser um cara sem ambição e sem futuro).


4º Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não adianta. Silicone, curso de dança sensual, se vestir de enfermeira, etc... nada disso vai adiantar. É lógico que quanto mais largada você for, menor a vontade do homem de ficar com você e maior as chances do divórcio. Se ser perfeita adiantasse, Julia Roberts não tinha casado três vezes. Até Gisele Bunchen foi largada por Di Caprio, não é com você que vai ser diferente (mas é bom não desanimar e sempre dar aquela malhadinha). O segredo é dar espaço para o homem viajar nos seus desejos (na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela mulher ele nem chega a trair, fica só nas paqueras, troca de olhares). Finja que não sabe que ele dá umas pegadas por fora. Isso é o segredo para um bom casamento. Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.


5º Se você busca o homem perfeito, pode continuar vendo novela das seis. Eles não existem nesse conceito que você imagina. Os homens perfeitos de hoje são aqueles bem desenvolvidos profissionalmente, que traem esporadicamente (uma vez a cada dois meses, por exemplo), mas que respeitam a mulher, ou seja, não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem outra família, não traem muitas vezes, não mantêm relações várias vezes com a mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muito discretos: não deixam a esposa (e nem ninguém da sua relação, como amigas, familiares, etc. saberem). Só, e somente só, um amigo ou outro DELE deve saber, faz parte do prazer do homem contar vantagem sexual. Pegar e não falar para os amigos é pior do que não pegar. As traições do homem perfeito geralmente são numa escapolida numa casa noturna, ou com uma garota de programa (usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma mulher casada de passagem por sua cidade. O homem perfeito nunca trai com mulheres solteiras. Elas são causadoras de problemas. Isso remete ao próximo tópico.


ESSE TÓPICO NÃO É PARA AS ESPOSAS- É PARA AS SOLTEIRAS OU AMANTES:Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de homem não gosta de mulher fácil. Homem adora mulher fácil. Se 'der' de prima então, é o máximo. Todo homem sabe que não existe mulher santa. Se ela está se fazendo de difícil, ele parte para outra. A demanda é muito maior do que a procura. O mercado tá cheio de mulher gostosa. O que homem não gosta é de mulher que liga no dia seguinte. Isso não é ser fácil, é ser problemática. Ou, como se diz na gíria, é pepino puro. O fato de você não ligar para o homem e ele gostar de você não quer dizer que foi por você se fazer de difícil, mas sim por você não representar ameaça para ele. Ele vai ficar com tanta simpatia por você que você pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher. Ele vai começar a se envolver sem perceber. Vai começar ELE a te procurar. Se ele não te procurar era porque ele só queria aquilo mesmo. Parta para outro e deixe esse em stand by. Não vá se vingar, você só piora a situação e não lucra nada com isso. Não se sinta usada, você também fêz uso do corpo dele - faz parte do jogo; guarde como um momento bom de sua vida.


7º 90% dos homens não querem nada sério.Os 10% restantes estão momentaneamente cansados da vida de balada ou estão ficando com má fama por não estarem casados ou enamorados; por isso procuram casamento. Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala no primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre). Não seja idiota, aproveite o momento, finja que acredita que ele está apaixonado e dê logo para ele (e corra o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele. Fazer doce só agrava a situação, estamos em 2008 e não em 1957. Esqueça os conselhos da sua avó, os tempos são outros.


8º Para ser uma boa esposa e para ter um casamento pelo resto da vida faça o seguinte:Tente achar o homem perfeito do 5º item, dê espaço para ele.Não o sufoque. Ele precisa de um tempo para sua satisfação. Seja uma boa esposa, mantenha-se bonita, magra, sensual, malhe, tenha uma profissão (não seja dona de casa), seja independente e mantenha o clima legal em casa. Nada de sufocos, de 'discutir a relação', de ficar mexendo no celular dele, de ficar apertando o cerco, etc.Você pode até criar 'muros' para ele, mas crie muros invisíveis e não muito altos. Se ele perceber ou ficar sem saída, vai se sentir ameaçado e o casamento vai começar a ruir.


9º A última dica. Se vc está revoltada por este e-mail, aqui vai um conselho: vá tomar uma água e volte para ler com o espírito desarmado. Se revoltar quanto ao que está escrito não vai resolver nada em sua vida. Acreditar que o que está aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se faz parte da vida, se você é dessas, boa sorte!). Mas tudo é a pura verdade. Seu marido/noivo/namorado te ama, tenha certeza, senão não estaria com você, mas trair é como um remédio; um lubrificante para o motor do carro. Isso é científico. O homem que vc deve buscar para ser feliz é o homem perfeito do item 5º. Diferente disso ou é crente, ou viado ou tem algum trauma (e na maioria dos casos vão ser pobres). O que vc procura pode ser impossível de achar, então, procure algo que vc possa achar e seja feliz ao invés de passar a vida inteira procurando algo indefectível que você nunca vai encontrar. Espero ter ajudado em alguma coisa. Agora, depois de tudo isso dito, cadê a coragem de mandar este e-mail para minha mulher?

19.3.08

A C R O S S T H E U N I V E R S E


Eu vi, eu vi, eu vi! É assim que me sinto após a deliciosa sessão cinematográfica de ontem. Across The Universe (2007) é uma película sublime. Não importa o que diga a crítica, o que apontem os experts, eu amei. Amei como amo os Beatles, amei como amo a estética psicodélica, amei como amo referências inteligentes espalhadas em nomes de personagens, falas, cenas, decoração. Recomendo aos fãs de musicais, aos fãs dos Beatles, aos fãs do cinema não-mega-produções. É o tipo de filme pra se comprar e assistir de novo e de novo e de novo. E não cansar. E descobrir novas referências. A cada sessão.


Não posso deixar de agradecer às pessoas diretamente relacionadas à concretização desta experiência extra-sensorial. Anita, minha prima, que trouxe ao meu conhecimento a existência do filme muito antes deste sequer pintar na mídia aqui no Brasil. Felipe, uma nova surpresa na seara das amizades, que efetivamente me convidou, levou e explicou algumas referências que brotavam ao longo do filme e me escapavam por pura distração ou desconhecimento mesmo (sem falar em alguns trechos das músicas que eu ganhei de brinde cantadas em duo com as personagens).


E por fim, agradecer e puxar a orelha da maior conhecedora do assunto que já entrou na minha vida: Ju, vai ver o filme, porra! É tu esparramada por toda tela.

14.3.08

A B R I U

Houve uma vez em que tive 22 anos e me apaixonei insanamente pelo namorado do meu chefe. Sim, o namorado do meu chefe. Aos 22 ainda era adolescente, as paixões platônicas (ou semi-platônicas nesse caso) ainda me arrebatavam, amores obviamente impossíveis povoavam meus sonhos. E um misto de tristeza e impotência de saber que isso jamais se tornaria uma realidade consistente a atormentar meus pensamentos diurnos.

Eis que me encontro rumo a um compromisso profissional que deveria começar às 14h em ponto. Dirigindo minha Chevy 500 e ruminando as reminiscências do nosso último encontro percebo que são 13h50 e, mesmo estando a apenas três quadras do local da aula, temo não chegar a tempo. E a angústia do amor impossível une-se a da responsabilidade profissional, superdimensionando o trânsito truncado em que me encontro. Os segundos passam e nada se move. Os minutos passam e a sinaleira abre e fecha. Abre e fecha. Abre e fecha. E nada se move. Nem um centímetro. Minha pick-up parada no meio daquele mar de lata-motor-gasolina e o tempo passando. No limiar de entrar em pânico foi que então pensei: "Vai abrir. Uma hora essa sinaleira vai ter que abrir e eu vou passar." E como a iluminação interna às vezes vem das coisa mais cotidianas, me dou conta então de que aquela paixão impossível também ia passar uma hora. A sinaleira daquela história tinha que abrir um dia.

Desde então, sempre que me encontro em alguma situação que me tira o sono, beirando o pânico, lembro dessa história. E vejo que as minhas sinaleiras têm demorado cada vez menos para abrir.

11.3.08

C A D A U M A

Cada uma que a gente tem que ouvir...

Tá certo que eu faço das minhas cagadas. Constantemente. Mas o que é na minha atitude/personalidade que faz os colegas de cagadas acharem que podem limpar suas consciências e deixar toda a culpa pra mim? Será que é porque eu já passei dos trinta, já vivi muita merda, sofri as conseqüências de tudo e saí ilesa? Apenas libertei meu espírito de tantas "terrenicidades" que às vezes esqueço do mundo hipócrita e preconceituoso em que vivemos. E pra ser "uma mulher à frente de seu tempo" tem de se carregar todos os ônus. Agora agüenta. Sem chorar.

7.3.08

M A I S U M

Encontrei mais um dos meus textículos (adoro escrever o diminutivo de texto) que já nem mais lembrava ter escrito. O título é provisório, não gosto dele. Mas a literatura compensa. (ah, a modéstia) Confesso que me surpreendi que tivesse escrito esse. Aliás, não lembrava. Devo ter psicografado.
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Às Claras

Ontem conheci aquela pobre coitada que insiste em dizer pra si e para os outros o quanto é amada por ti quando na verdade teu único sentimento pelas mulheres é o desprezo. Foi pensando no quanto tu sentes prazer em fazê-las tristes, amarguradas e humilhadas que entendi a insistência daqueles dois gringos em te rotular viado. É apenas uma questão de imaturidade daquelas inocentes mentes. O que a puerilidade deles não lhes permite entender é que existe uma diferença entre homossexualidade e misoginia. O homossexual sente atração física por outro do mesmo sexo que o seu. Este não parece ser teu caso, pois na cama és um ás do prazer feminino e, ao que tudo indica a princípio, sentes imenso deleite com isso. Mas a tua habilidade sexual com as mulheres não passa da etapa número um do teu grande plano de vingança contra o sexo feminino. Basta te deparares com os primeiros sinais de envolvimento afetivo delas para te inflares de convicção e botares em prática todas as tuas técnicas sádicas de manipulação de emoções. Tuas vítimas até agora têm sido aquelas de baixa auto-estima, geralmente as enfraquecidas por tantas desilusões nos jardins do amor. Mas com elas é fácil demais a conquista do teu objetivo e logo sentes outra vez o apetite insaciável da desforra. Essas pequenas vitórias não te impedem de sonhar alto. Teu alvo maior é aquela que aparente plena confiança em si, altíssimo grau de amor-próprio e, preferencialmente, já tenha arrasado um coração ou dois. Essas são as mulheres que realmente incitam teus desejos mais misóginos. Abatendo-a, tornar-te-ias o herói vingador dos machos desmoralizados! Mas antes das honrarias do teu grupo receberias a recompensa maior, o desafogo para tua busca incessante por retaliação, pois é desse grupo que faz parte aquela que te empurrou para esse jogo.

Faz parte dos teus métodos contar a triste história daquela tua primeira namorada, por quem te apaixonaste loucamente, a primeira que te fez acreditar na beleza do amor só para te humilhar perante os amigos, dormindo com todos eles e te amargurando com palavras insensíveis quando questionada por quê. O que resta de humano e não-calculado em tuas relações está nessa etapa. Contar a saga da tua primeira decepção amorosa é o modo que encontraste de banalizar este evento doloroso da tua existência tornando-o ficcional a cada novo relato. Somente encontraste conforto para tua dor e tristeza ao transformar tua experiência nesse ódio que agora escondes sob essa máscara de Don Juan. Ao mesmo tempo em que vulgarizas teus calos, conquistas a simpatia e a ternura daquelas que pretendes usar como meio para abrandar teu dissabor de homem traído. Tua vileza está em trabalhar com esse sentimento que só a alma feminina é capaz de vivenciar incondicionalmente, mas que mesmo sabendo disso continua a procurar incessantemente no homem tal capacidade.

Essa moça que diz que tu a ama, com quem brincas de amor eterno, que afastas e pões de volta na tua vida, essa sim talvez ainda vá te vencer. Não descobriste como derrubá-la desse pedestal irritante de compreensão e doação, de resignação com o que ela chama de "a tua natureza de macho" e que perdoa tuas prevaricações na crença de que a sina de ser mulher é essa mesmo e que só resta aceitá-la. Ela, que põe de lado auto-estima e amor-próprio, vai, ironicamente, ser a titular do teu coração. Não há lugar mais perfeito para os arranjos do amor que as sandices mentais se encontrando, transformando-se de mazelas particulares em relacionamentos doentios. Tua obsessão em vingar teu ego ferido te fez tanto odiar as mulheres no seu pensar e agir que apenas suportas ao teu lado alguém que anule seus próprios quereres e adormeça sua essência. Assim se explicam essas idas e vindas entre vocês dois.

Sinto-me um pouco desapontada dentro das minhas próprias convicções ao enxergar tua psique com tanta clareza e ainda assim ter acreditado, mesmo que por um tempo ínfimo, que tu talvez pudesses ser o cara e que eu, tão segura de mim, tão cheia de vida, pudesse preencher a tua com alguma emoção. Ao me deparar com a tua verdade, minha autoconfiança me pregou a maior das peças: julguei-me capaz de te desviar desse sórdido plano e finalmente te mostrar o caminho do simples viver. Agora tenho que lidar com a pior das frustrações que é aceitar a derrota pela minha própria soberba. Não te desejo todo o mal, apenas que tua passagem pela minha vida não deixe marca alguma.

E isso nada tem a ver contigo.

3.3.08

A B O U T M E

Para não deixar órfãos os fãs do meu antigo About Me do Orkut, resolvi publicar aqui e, dessa forma, torná-lo eterno. (ou pelo menos o que quer que eternidade signifique no mundo virtual)
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Libriana com ascendente em Touro e Lua em Escorpião. Publicitária pública, lingüista informal, tradutora-intérprete. Divido meu tempo entre as obrigações (trabalhar e escovar os dentes) e os prazeres (copos e livros). Leio pra caralho. E não me acho melhor por isso. Gosto apenas. Não leio jornal, fico sabendo de tudo através dos outros. De política a programação de TV. Assisto Big Brother e confio na minha integridade cultural. Me divirto apenas. Nos outros 9 meses do ano raramente ligo a televisão.

Cresci em meio a uma horda de mulheres bonitas e homens inteligentes, então não podia ser diferente. Adoro a combinação mulher inteligente + homem bonito. Sei lidar bem com ela.

Aprendi muito cedo a escrever exceção, mas não admito que me xinguem com outra letra qualquer que não X. Sei que tenho um jeito assim, totalmente com J, e se o seu é com G, por favor não se aproxime. Falo fluentemente 4 idiomas e isso inclui o Português.

Não uso drogas, mas como um monte de porcarias. Odeio ginástica, mas faço musculação. Tenho medo de baratas e assalto com armas. Pavor, verdadeiro pânico de agulhas (apesar de 5 tatuagens). Fumante invertebrada, sou viciada em tudo que começa com "c": cigarro, café, cerveja, cama, carinho, comida, cães; apesar de meus animais prediletos serem os gatos. Tenho três. Vivos. Dois enterrados no quintal e doze pendurados na parede do quarto. Sim, eu quero ser a velha dos gatos quando crescer.

Adoro chegar. Minha gargalhada é borderline. Tem vezes que brilho no escuro. Se triste, desapareço. Amo minha casa, curto meu trabalho, tenho grana pra fazer várias coisas que me dão prazer. Minha família é modelo, minhas gatas muito mimadas, meus amigos são bárbaros. E se você chegou a ler até aqui é porque deve ser um deles. (ou alguém que quer muito aprender como ser).

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Pra quem ainda não percebeu o último parágrafo foi totalmente chupado do texto
C A R T A S D E A M O R S Ã O S E M P R E R I D Í C U L A S dispónivel para apreciação neste mesmo Blog.

B O R B O L E T A S N O E S T Ô M A G O

Infelizmente o título desta postagem não condiz com meu atual estado de espírito. Algo que venho me perguntando há algum tempo é justamente sobre a ausência das borboletas. E há poucos minutos me olha minha querida Loló e pergunta "Onde estão as borboletas? Eu quero borboletas!" Ai, Loló, será que o meu estoque de borboletas acabou de vez? Será que é preciso cultivar as lagartas até que se tornem finalmente borboletas? Não gosto muito da idéia de lagartas no estômago...

24.1.08

A P A I X O N A R - M E . . .

Como pode alguém acreditar que o simples fato de "ser" – e trata-se de uma existência pífia – bastasse para arrebatar um coração de tamanha complexidade e intensas experiências sensoriais como o meu. No simples desejo de ilustrar minha justificativa conto-lhes uma história que de fictícia nada tem. Guardo, porém, a identidade do meu antagonista (apesar de alguns saberem bem de quem se trata) no intuito de preservar-lhe as relações amorosas atuais, alguém, aliás, que tenho em altíssima estima.

Caminhávamos por entre as bancas de uma longínqua Feira do Livro de Porto Alegre, numa modorrenta tarde de novembro quando éramos apenas flerte. Eis que me distraio, consciente perdido entre as páginas de alguma obra, ouço sua voz a chamar meu nome (sempre gostei de ouvir meu nome no timbre de meus amores). Volto-me a ele e lá está, segurando nas mãos rudes, dedos másculos, um volume, coletânea qualquer de Carlos Drummond de Andrade, página marcada num poema. Entrega-me o livro sem palavra sequer. Lá está impresso:

Reconhecimento do Amor

Amiga, como são desnorteantes os caminhos da amizade.
Apareceste para ser o ombro suave
onde se reclina a inquietação do forte
( ou que forte se pensava ingenuamente ).
Trazias nos olhos pensativos a bruma da renúncia:
não querias a vida plena,
tinhas o prévio desencanto das uniões para toda a vida,
não pedias nada,
não reclamavas teu quinhão de luz.
E deslizavas em ritmo gratuito de ciranda.
Descansei em ti meu feixe de desencontros
e de encontros funestos.
Queria talvez - sem o perceber, juro –
sadicamente massacrar-te
sob o ferro de culpas e vacilações e angústias que doíam
desde a hora do nascimento,
senão desde o instante da concepção em certo mês perdido na História,
ou mais longe, desde aquele momento intemporal
em que os seres são apenas hipóteses não formuladas
no caos universal.
Como nos enganamos fugindo ao amor!
Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar
sua espada coruscante, seu formidável
poder de penetrar o sangue e nele imprimir
uma orquídea de fogo e lágrimas.
Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu
Em doçura e celestes amavios.
Não queimava, não siderava; sorria,
Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso,
Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amor
Que trazia para mim e que teus dedos confirmavam
Ao se juntarem aos meus, na infantil procura do Outro,
o Outro que eu me supunha, o Outro que te imaginava,
quando – por esperteza do amor – senti que éramos um só.
Amiga, amada, amada amiga, assim o amor
dissolve o mesquinho desejo de existir em face do mundo
Com olhar pervagante e larga ciência das coisas.
Já não defrontamos o mundo: nele nos diluímos,
e a pura essência em que nos transmutamos dispensa
alegorias, circunstâncias, referências temporais,
imaginações oníricas,
o vôo do Pássaro Azul, a aurora boreal,
as chaves de ouro dos sonetos e dos castelos medievos,
todas as imposturas da razão e da experiência,
para existir em si e por si,
à revelia de corpos amantes,
pois já nem somos nós, somos o número perfeito:
UM.
Levou tempo, eu sei, para que o EU renunciasse
à vacuidade de persistir, fixo e solar,
e se confessasse jubilosamente vencido,
até respirar o júbilo maior da integração.
Agora, amada minha para sempre,
nem olhar temos de ver nem ouvidos de captar
a melodia, a paisagem, a transparência da vida,
perdidos que estamos na concha ultramarina de amar

Como pode outro alguém acreditar que qualquer algo a menos que isso pudesse me fazer "apaixonar" outra vez?

21.1.08

A N A L O G I A S

Fumando um dos meus últimos cigarros nesta encarnação tive um insight. Não é uma questão de comparar melhor ou pior, são apenas produtos diferentes, para necessidades diferentes. Não é que uma é um Mercedes e a outra um Uno Mille. A comparação é entre um notebook e uma piscina de plástico (independente de marcas). A questão toda é sobre o que você precisa (e tem utilidade pra você). Tem gente que simplesmente sabe mais o que fazer com uma daquelas piscinas plásticas de 3.000 litros do que com um notebook de última geração. Não dá pra me sentir menos porque no meu HD não cabem as crianças, a avó, o primo fanfarrão e os dois cachorros.

20.1.08

R E S O L U Ç Õ E S P A R A 2 0 0 8

Desta vez eu quis dar uma de bacana e virar o ano sem fazer a tradicional lista de resoluções. Algo para parecer, assim, uma pessoa ultra-descolada, blasé, totalmente bem-resolvida. Como não sou nada disso e a minha pretensão toma outros rumos, aos vinte dias de 2008, mais forte que qualquer lampejo wannabe, eis que ela vem aos jorros:

Lista de Resoluções para 2008
  1. Parar de Fumar (eu tinha tirado temporariamente esta máxima das resoluções da minha listagem anual, mas ela volta agora mais forte do que antes - Ziban e patches - início 03 de fevereiro);
  2. Gastar menos com o glamour decadente (esta resolução envolve sair menos, comprar menos coisas desnecessárias, botar menos dinheiro em gente sem fundamento);
  3. Não atender ligações a cobrar que não tenham sido solicitadas (chega de toquinhos e gente abusada me ligando por seus próprios interesses e eu tendo que pagar a conta - preciso diminuir os gastos em 2008);
  4. Não ficar com ninguém cujo cabelo seja mais longo que o meu e o contra-cheque mais curto;
  5. Voltar para a terapia (saudades de mim);
  6. Arrumar a casa mais uma vez (coisas quebradas, piso velho, quadros para pendurar);
  7. Resolver minha questão na Junta Comercial e Receita Federal (anos demais se passando);
  8. Namorar só alguém que realmente valha a pena (que mexa comigo, mas que eu não tenha vergonha de apresentar para meus pais; que seja lindo, mas que tenha cérebro; que me venere, mas que tenha sua própria vida).
A lista desse ano está maior que a do ano passado, alguns ítens se repetem, outros são simples de atingir. Tem ainda os objetivos bianuais (2008-2009) que incluem comprar carro novo, fazer plástica, visitar a Ana na Irlanda. Tudo depende de dinheiro. Saco.

7.1.08

A E R V I L H A É A M Ã E D O R O C K !

Era uma vez uma roqueira bêbada (redundante isso) que saindo do show do Velhas Virgens com fome convidou seus amiguinhos pra comerem um xis. (xis - se vc não é do RS - é um pão enorme com hamburguer gigante, alface, tomate, maionese, queijo, ovo e, em alguns lugares, milho e ervilha). Chegando no trailler da esquina (onde normalmente se vendem os tais xis), ela e sua amiga rapidamente decidem por dividir um:
"xis salada?"
"beleza. ovo?"
"prefiro sem."
"tá jóia."
"milho e ervilha?"
"certo!"
Pedido anotado pelo garçom que aguardava a ordem dos marmanjos que as acompanhavam. Dois cabeludos de mais de 1m85 discutiam quais os itens dispensáveis no xis:
"tu curte tomate no xis?"
"é."
"bah, tri ruim tomate quente."
"pior é alface que fica toda mole."
"bom mesmo é ovo."
"de preferência bem gorduroso."
"hahaahha. delícia. e milho?"
"milho tá na boa, mas nojento mesmo é ervilha."
"eca! ervilha é muito ruim!"
"ruim é pouco adjetivo, ervilha é nojenta. mole. parece um purê."
Garçom e amiga já olhando torto para os guris, a roqueira bêbada resolve dar um fim à situação de espera:
"Calem a boca. Vocês não sabem nada. A ervilha é a mãe do rock." E virou-se para soltar sua baforada de cigarro crente de ter proporcionado a maior lição de moral da história do rock.

Quer mais? http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=41620421